sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dois

Ela estava meio tonta
E não era da bebida
Era da música
Que a fazia olhar turvo
Que a fazia andar em nuvens de vidro
Ela quis explicar
Por que poesia era
Conto que era
Crônica que era
Romance que
Não era mais relato
E ela escreveu em versos
Percebeu como frase
Olhou como capítulo
E esqueceu como fumaça
Há perguntas?
Não se sabem as respostas
Ou desculpas?
Desejou:
Exploda-se o mundo
Imundo
Porque ela se amava
E se ama
Mais e mais.


_________________________

E o universo pintou:
Por que na mesa do bar
Qualquer bar
Sozinha e acompanhada
De longe pelos que a gostavam
Deperto (talvez) pelos que nem tanto
Tudo se revelava
(Tão fosco)
No nítido filme
(Analógico,
Queimado pela luz)
(De prata)
Numa foto presente
De um passado já
Inexistente
De um futuro tão palpável.

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