Sabe aquela bonequinha de trapo ali na estante?
Sou eu.
Toda costurada, remendada?
Eu mesma.
Certa vez, tive que costurar o dedinho mindinho do pé
Quase voou fora por causa da quina da mesa
Esse foi fácil
Doeu mesmo foi a topada.
Noutra ocasião, foi o braço que caiu
Não lembro o porquê
Também não foi tão complicado
Apesar de eu o ter costurado com apenas uma das mãos.
O mais difícil de todos
O mais difícil mesmo
Foi remendar meu próprio coração
Esse doeu. Doeu doeu doeu.
Não tinha linha suficiente
Tive que usar umas lágrimas que caíam
Pra colar uns caquinhos aqui e acolá.
Com o tempo, nasceu um tecido vermelho bonitinho por cima
Hoje ele ajuda a esconder as costuras.
Sabe aquela bonequinha de retalhos ali na estante?
Sou eu.
Ouço o coração dela bater daqui
Eu mesma.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Caminho
Luzes
Túneis
Rabiscos
Rascunhos
Passagens sem saídas
Turvos sonhos coloridos
Escadas estreitas sem destinos
Festas, frestas, vinhos, portas
Precipício.
Uma multidão de sombras
Numa imensa sala vazia.
Túneis
Rabiscos
Rascunhos
Passagens sem saídas
Turvos sonhos coloridos
Escadas estreitas sem destinos
Festas, frestas, vinhos, portas
Precipício.
Uma multidão de sombras
Numa imensa sala vazia.
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